Esta guerra era composta de quatro diferentes características:

1)      Guerra de libertação: Os três países do Eixo se aventuraram, de início, independentemente e, depois, em conjunto, na invasão dos países vizinhos militarmente fracos, numa guerra imperialista, despertando o sentimento nacionalista dos povos dominados e o seu anseio da libertação.

2)      É o confronto dos países imperialistas: os três do Eixo contra os EUA, Inglaterra, França, etc; portanto, uma guerra de interesses de domínio, embora sob refrão de libertação dos Aliados. É o ápice do confronto de interesses do domínio do território chinês, agravado após a guerra Japão-Rússia. Estrategicamente, houve provocações dos EUA contra o Japão para que este atirasse primeiro. Isso pode ser comprovado na omissão da informação do ataque ao Pearl Harbour à Marinha americana, embora fosse do conhecimento do governo americano.

3)       É a guerra contra o socialismo representado pela União Soviética e, ao mesmo tempo, a guerra da libertação desta.

4)      É a guerra antifascista, a aliança da Rússia, China e os Aliados contra o Eixo. 

          As forças japonesas, bem preparadas, dominaram as fracas colônias americanas, inglesas e holandesas e, em maio de 1942 alcançaram o Arquipélago Bismarck ao sudeste e região central da Birmânia, ao noroeste.

          Os EUA, porém, valendo-se da sua enorme força produtiva, se recuperaram do ataque a Pearl Harbour, e, em junho de 1942 liquidaram o destacamento japonês das ilhas Midway, invertendo a tendência expansionista japonesa.

          Em fevereiro de 1943 o domínio japonês do extremo sul, Gadalcanal, foi recuperado pelos americanos e a força japonesa foi obrigada a iniciar o recuo passo a passo.

          Em julho de 1944 os EUA dominaram Saipan, nas Ilhas Marianas, de onde partiam para o bombardeio aos territórios japoneses. No dia 10 de março de 1945, o sul de Tokyo sofreu imenso bombardeio, transformando-se num só campo queimado. Todas as noites inúmeras cidades eram alvo de ataques indiscriminados dos EUA.

          A armada japonesa era dizimada e em julho, a ilha principal de Okinawa caiu nas mãos dos americanos. No território chinês, o exército japonês estava também acuado.A iminente derrota japonesa reforçava cada dia o movimento da população dominada e, em todo território surgiam as guerrilhas.

          Na Europa, 300000 soldados alemães foram dizimados em Stalingrado, em fevereiro de 1943, invertendo a situação. Nos países ocupados como França, Bélgica, Holanda, Polônia, Checoslováquia, Iugoslávia, Albânia, etc., a resistência adquiria cada vez mais força. Na Itália os comunistas se levantaram contra os fascistas. Em julho de 1943 houve a rebelião que derrubou Mussolini e, em setembro a Itália se rendeu aos Aliados.

          Em novembro do mesmo ano, Churchill, Roosevelt e Shang Kai Shek, se reuniram em Cairo e decidiram atacar o Japão até a sua rendição incondicional, tirando dele todas as ilhas conquistadas, a Manchúria, a Taiwan, a devolução de todo o território chinês e a independência da Coréia.

          Em junho de 1944, houve a invasão da França pelos Aliados (Dia D), e a libertação da França.

          Em fevereiro de 1945 houve o encontro de Stalin, Churchill e Roosevelt para discutir a estratégia de combate ao Japão. Neste encontro, Roosevelt exigiu o ingresso da Rússia à guerra.

Em maio, com a cidade de Berlin sitiada, Hitler se matou e a Alemanha se rendeu incondicionalmente no dia 8.

          A derrota japonesa era agora uma questão de tempo. Konoe alertou o Imperador da derrota inevitável, mas principalmente do perigo de domínio comunista, sugerindo que o país se rendesse aos Aliados.

          Em julho, os mandatários dos EUA, Inglaterra e China se reuniram em Potsdam, no subúrbio de Berlin e, no dia 26 publicaram os termos da rendição do Japão.

          O governo e as forças armadas se dividiram entre aceitar a proposta ou “lutar até o último japonês”, sendo esta a resolução divulgada ao povo pelo governo.

          Aproximava-se o mês de agosto e a data do ingresso da Rússia à guerra. Antecipando-se a esta data, os EUA decidiram dar o golpe final a fim de liquidar a guerra o mais cedo possível e, demonstrar o seu poderio diante dos russos cuja relação com os Aliados já estava deteriorada.

          Em 6 de agosto, lançou sobre a cidade de Hiroshima uma das duas Bombas Atômicas recentemente fabricadas.

          Em segundos aconteceu a destruição total da cidade e os mortos e feridos alcançaram a cifra de mais de 200000 pessoas.

          No dia 9, a Rússia iniciou a sua ofensiva, invadindo o norte do Japão. No mesmo dia, foi lançada a segunda Bomba sobre a cidade de Nagasaki.

          No dia 14 o Imperador resolveu aceitar os termos de Potsdam e, no dia seguinte, ao meio-dia, transmitia a sua decisão à nação.

          A Guerra chegava ao seu final. No dia 2 de setembro o Japão assinou os termos da rendição no porta-aviões Missouri.

          Nunca houvera um conflito com tamanha destruição e morte na História da humanidade.

          O grande perdedor foi o povo em geral do mundo inteiro, manipulado como marionetes pelos “poderosos”, cuja cobiça e ambição material os fazem recorrer a todo e qualquer recurso para o proveito próprio.

          Infelizmente, ainda hoje é possível detectar a mesma “estrutura do mal”, na economia excludente dos mais pobres, na disseminação indiscriminada das violências, das drogas e da pornografia; assim como as guerras de interesses, disfarçadas de guerras “santas” ou de religiões, ideológicas, que de fato nada mais são do que artifícios utilizados para as vendas milionárias dos armamentos, na pior espécie de ofensa aos direitos humanos. 

A Reconstrução

          Logo após a rendição, o Japão foi colocado sob domínio dos Aliados, e, em setembro de 1945, todo o território foi invadido pelas suas forças. O território japonês foi reduzido a muito aquém daquilo que possuía antes da guerra com a China em 1894.

          Apesar da ocupação “Aliada”, o domínio foi predominantemente americano. Todos os comandantes do Quartel General (GHQ) eram americanos e eles se mostraram particularmente empenhados na “reeducação” do Japão, um ponto sumamente importante em termos estratégicos no Extremo Oriente.

Em 22 de setembro de 1945 foram apresentados os “Termos de Primeiras Orientações de Domínio Americano no Japão”, tendo como metas principais:

a)      Preservar a paz e evitar que o Japão se reestruture militarmente para se tornar uma ameaça aos EUA e à paz mundial;

b)      Construir um governo que respeite os direitos das outras nações e que apóie os interesses dos EUA conforme ideal da Organização das Nações Unidas. 

           Até abril de 1946 o GHQ se empenhou na democratização e na desmilitarização do Japão: desmantelar toda atividade de produção militar, prisão dos criminosos de guerra, libertação de presos políticos, combate a distúrbios, reestruturação da polícia contra a violência, liberalização das religiões, liberdade a debates públicos, publicações, encontros, reuniões, sociedades, igualdade entre homens e mulheres, direito aos trabalhadores, liberalização dos ensinos, congelamento das grandes fortunas, inclusive do Imperador, execução da primeira reforma agrária, separação do Xintoísmo com o Estado, proibição do “endeusamento” do Imperador, etc., em decretos que se sucederam até o fim do ano de 1945.

          No dia 1º de janeiro de 1946 houve a declaração da humanidade do imperador, e no dia 4, perda de mandato político de todos os elementos ligados ao militarismo passado, afetando cerca de 200000 pessoas. Porém, estes decretos e a sua execução permaneceram nas mãos de muitos antigos líderes do poder. Isso significa que, na prática, o povo não teve a oportunidade de reorganizar o governo.

          Com a paralisação das indústrias bélicas, a produção industrial japonesa caiu vertiginosamente e chegou a 13% da média dos anos 35 a 37.

          Na primavera de 1946 havia 6000000 de desempregados e mais de 10000000 de sub-empregados. A inflação subia diariamente e a renda dos trabalhadores chegou a 1/5 do nível de antes da guerra.

          Havia penúria na alimentação e não poucos pereceram de fome. O povo se vestia de trapos e morava em barracos nas cidades devastadas pelos ataques aéreos.

          Era o fundo do poço. Porém, já não havia o temor da guerra, nem as opressões dos policiais militares e civis.

          A força da ocupação se esforçou até primavera de 1946 em atacar a classe privilegiada dominante através dos movimentos populares, e esse esforço animava a população. A paz e a democracia criavam a esperança de um novo Japão e atenuava as dificuldades materiais do dia a dia.

          As influências dos partidos comunista e socialista se difundiam com força e se criavam sindicatos de todas as espécies e em grande velocidade. Se estas forças se unissem, haveria a oportunidade única de uma total alteração do domínio milenar para dar lugar a um poder mais democrático. Porém, havia uma divisão profunda entre os comunistas e os socialistas que se confrontavam freqüentemente visando maior domínio popular. Por causa dessa divisão que vinha desde antes da guerra, não houve união popular suficientemente forte para derrubar a tradicional classe dominante.

Volta à Página Anterior

A História do Japão 7

Página Inicial         
Especializada em Produtos Orientais, Produtos Naturais e Presentes
Avenida Indianópolis, 2876  Tel.: 2577-0323 : 5589-9594
(11) 9.8444-1286

merceariasukiyaki@gmail.com